Sistema SPDA: proteção contra descargas atmosféricas em edificações

O que é o Sistema SPDA

O SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas) é o conjunto de medidas destinadas a proteger pessoas, edificações e instalações elétricas contra os efeitos diretos e indiretos de descargas atmosféricas. Seu objetivo principal é captar a descarga elétrica, conduzi-la com segurança até o solo e minimizar riscos de incêndio, danos estruturais e falhas em equipamentos.

Componentes fundamentais

Receptores (captação): são os elementos responsáveis por interceptar a descarga. Podem ser pontas metálicas, malhas de condutores no plano do telhado ou sistemas ativos do tipo ESE (Early Streamer Emission). A escolha depende do nível de risco, altura e geometria da edificação.

Condutores de descida: conduzem a corrente da descarga do receptor até o sistema de aterramento. Devem assegurar continuidade elétrica e ser posicionados para minimizar efeitos em estruturas e instalações internas.

Sistema de aterramento: dispersa a corrente da descarga no solo. Um bom aterramento reduz tensões de passo e de contato e é essencial para a eficácia do SPDA.

Equipotencialização e proteção contra surtos: a equipotencialização conecta massas metálicas e condutores ao sistema de aterramento, evitando diferenças de potencial perigosas. Os dispositivos de proteção contra surtos (DPS) complementam o SPDA, protegendo instalações elétricas e equipamentos sensíveis contra sobretensões induzidas.

Tipos de SPDA

Franklin (tradicional): usa pontos de captação condutores (pontas e condutores) e malha de aterramento. É amplamente utilizado em edificações residenciais e comerciais.

Malha: utilizado em áreas extensas como platôs, estacionamentos e grandes coberturas, onde uma malha de condutores oferece maior probabilidade de interceptação.

ESE (sistemas ativos): prometem aumentar a área de proteção por antecipar a ionização do ar; sua adoção exige projeto específico e observância das normas aplicáveis.

Normas e requisitos técnicos

O projeto e a execução do SPDA devem seguir normas técnicas nacionais e internacionais. No Brasil, a referência principal é a ABNT NBR 5419, que aborda métodos de proteção, avaliação de risco, critérios de projeto e manutenção. Além disso, normas de segurança elétrica, como a NR10, e recomendações do fabricante de DPS devem ser consideradas.

Etapas do projeto

Avaliação de risco: determina a necessidade e o nível de proteção com base na exposição da edificação, ocupação e vulnerabilidade dos sistemas internos.

Escolha do sistema: define tipo de receptor, número e posição de descidas, configuração do aterramento e necessidades de equipotencialização.

Dimensionamento e detalhamento: especifica seções dos condutores, materiais, conexões e métodos de instalação, além de soluções para passagem por lajes e contenção de interferências com outras instalações.

Boas práticas de instalação

Instalar descidas em trajetórias diretas e curtas, evitar laços e longos trechos horizontais, utilizar materiais anticorrosivos e garantir conexões acessíveis para inspeção são práticas fundamentais. É crucial também separar e proteger condutores de serviços como gás, água e telecomunicações para reduzir riscos de propagação de corrente.

Manutenção e inspeção

O SPDA não é “instalar e esquecer”. Inspeções visuais periódicas verificam corrosão, afrouxamento de conexões, integridade dos condutores e eventuais alterações na cobertura que modifiquem a área de proteção. Recomenda-se também ensaios no sistema de aterramento e medições de continuidade elétrica após eventos atmosféricos severos, reformas ou a cada ciclo definido no plano de manutenção. Registros das inspeções e medições são parte importante da gestão do sistema.

Erros comuns a evitar

Alguns erros frequentes comprometem a eficácia do SPDA: aterramento insuficiente, número inadequado de descidas, ligações improvisadas entre condutores, pintura ou revestimento que isolam conexões, ausência de equipotencialização entre massas e ausência de DPS para proteção complementar de equipamentos eletrônicos. Projetos que não consideram a topografia do terreno e a proximidade de estruturas vizinhas também podem subestimar o risco.

Integração com proteção interna

Um SPDA bem projetado precisa ser complementado por medidas internas de proteção: instalação de DPS nas entradas de energia, telecomunicações e em quadros sensíveis; adoção de boas práticas de aterramento para painéis e equipamentos; e implementação de procedimentos operacionais e de emergência. Essa combinação reduz significativamente a probabilidade de perda de dados, danos a equipamentos e interrupções operacionais.

Benefícios para o proprietário

Além da proteção de vidas e patrimônio, um SPDA adequado reduz custos com reparos e seguros, aumenta a resiliência das instalações e atende a requisitos normativos e contratuais em obras e empreendimentos. Um projeto técnico bem documentado também facilita vistoria e comprovação de conformidade.

Conclusão

O Sistema SPDA é elemento essencial no projeto e operação de edifícios e instalações industriais e comerciais. A eficácia do sistema depende de um projeto baseado em avaliação de risco, execução qualificada, conformidade com normas e manutenção preventiva. Investir em um SPDA correto significa proteger pessoas, bens e continuidade das operações.

Se desejar uma avaliação técnica, projeto ou manutenção de SPDA, entre em contato com a Effort Engenharia para um diagnóstico profissional e soluções adequadas ao seu empreendimento.

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